Após a disputa política dentro do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o que levou ao anúncio do desligamento de três das sete prefeituras da região, o vereador de Santo André, Ricardo Alvarez (PSOL), defendeu o fortalecimento da instituição. 

“Faltou ao presidente em exercício agir política e regionalmente para a sua sucessão, o que gerou todo esse desgaste. A saída é fortalecer o Consórcio e não esvaziá-lo, sobretudo, por questões pessoais”, afirmou o vereador andreense. 

O atual presidente da instituição é o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), que não se entende nem dentro do próprio partido. Dois dos prefeitos que anunciaram o desligamento, Orlando Morando (SBC) e José Auricchio (SCS), também são tucanos. 

“O atual presidente do órgão não enxerga o Consórcio com a devida representação e a importância que a instituição tem nas decisões e soluções conjuntas para todo o Grande ABC”, criticou Alvarez. 

Esta não é a primeira crise deste tipo que acontece no Consórcio Intermunicipal. Em 2019, a cidade de Diadema deixou o órgão regional e as cidades de São Caetano e Rio Grande da Serra estavam prestes a sair. 

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC foi criado em 1990 pelo então prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), como uma instituição suprapartidária que busca soluções interligadas aos problemas comuns às sete cidades da região. 

A partir de 2010, a entidade se transformou no primeiro consórcio multissetorial de direito público e de natureza autárquica do Brasil. Atualmente, está habilitada a abrir processos licitatórios, articular parcerias e pleitear verbas com os governos estadual e federal que atendam às demandas regionais. 

“Enquanto não tivermos uma liderança regional de fato no comando do Consórcio, a instituição ficará sujeita a esses tipos de crises, que deveriam ser contidas para a melhor integração da região”, conclui Alvarez.