No começo do século XXI, o Brasil vinha numa queda nos números de pessoas com fome ou em situação de insegurança alimentar, até o golpe de 2016. Com a reforma trabalhista, vimos um aumento no desemprego, no subemprego e na informalidade.
Entrevista com um dos autores do Atlas, José Raimundo:
A queda na qualidade do emprego, houve uma queda na renda e também um comprometimento maior dessa renda na compra de alimentos, chegando a levar quase um quarto da renda mensal de uma família com 2 salários mínimos.
Quando Bolsonaro foi eleito, a retirada de direitos correu solta, a política, em tese, neoliberal de Paulo Guedes só contribuiu para aumentar a desigualdade social e de renda. Guedes, ao priorizar o agronegócio e a exportação de recursos, fez com que enfrentássemos uma alta absurda no preço dos alimentos e voltássemos a temer a inflação.
Não podemos negar que a pandemia arrefeceu a economia, contudo, a inação do governo federal para garantir alguma segurança social e de saúde foi brutal com a população brasileira. O auxílio emergencial foi uma medida aprovada depois de muita luta, não houveram ações para a manutenção do emprego e da renda das pessoas.
Agora, com os números da pandemia menos alarmantes, os índices de desemprego estão semelhantes aos de 2017, porém, temos um cenário absurdo de fome e insegurança alimentar.
Começamos a ver soro de leite, restos de frango e lascas de arroz sendo vendidas nos mercados, temos cenas atrozes de pessoas fazendo fila para comprar ossos. Enquanto isso, o agronegócio comemora recorde após recorde de lucros.
Precisamos derrotar não só o Bolsonaro e sua corja, mas também o projeto neoliberal instaurado no país, tomar de volta nossos direitos, pensar e executar políticas de apoio à agricultura familiar, de segurança alimentar e tirar o Brasil do mapa da fome.
Clique na imagem para baixar o Atlas das Situações Alimentares no Brasil.
