O desmoronamento da cabine do 5° Patamar do Sistema Funicular de Paranapiacaba, na Serra do Mar, é a representação da falta de manutenção e preservação do patrimônio histórico material que está afastado do centro da vila inglesa.

A cabine ferroviária, que é parte do patrimônio tombado pelos conselhos estadual, CONDEPHAAT, e municipal, COMDEPHAAPASA, desabou totalmente com a ventania atingiu a região do Grande ABC na semana de 16 de maio de 2022.

“O patrimônio histórico material de Paranapiacaba que está escondido do turista que frequenta o centro da Vila está se deteriorando e literalmente desabando no meio da mata”, afirmou o vereador do PSOL de Santo André, Ricardo Alvarez.

A situação de abandono e as condições de deterioração de parte do patrimônio histórico material da Vila vem sendo denunciado há tempos pelo COMDEPHAAPASA e pela sociedade organizada, como o SOS Paranapiacaba e os moradores da região.

A última vistoria realizada pelo COMDEPHAAPASA e pelo movimento SOS, em abril de 2022, já demonstrava que a parte superior da cabine estava nitidamente torta e prestes a desabar, colocando em risco inclusive turistas e pessoas que frequentam o local.

Alvarez protocolou no último dia 27 de maio, logo após a queda do equipamento, um ofício na Câmara Municipal de Santo André, cobrando a prefeitura, a MRS, que opera linhas de trem na região, a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, que teria recolhido o material, e o COMDEPHAAPASA.

“Existem vários outros imóveis, além de parte dos bens do sistema funicular, que estão cobertas pelo mato alto e com risco de desmoronamento, uma vez que em sua maioria são feitas de madeiras suscetíveis às condições úmidas do local”, lamentou o vereador.

A situação escancara a falta de cumprimento e execução de uma decisão do Tribunal Federal Regional de 2009, que estabeleceu a obrigação da manutenção, da preservação e da restauração do patrimônio local.

De acordo com moradores e moradoras de Paranapiacaba, a parte que desabou foi recolhida pela ABPF, que atua na região e teria levado o material para armazenamento em local que os moradores não souberam informar.

“Vamos protocolar requerimento à prefeitura e à ABPF para saber em que condições o material foi recolhido e está armazenado, uma vez que existem leis que regulam tecnicamente o recolhimento e acondicionamento destes bens”, informou Alvarez.