O vereador Ricardo Alvarez apresentou uma INDICAÇÃO na Câmara de Santo André que orienta o executivo a transformar os cemitérios municipais em bioparques voltados a pessoas e animais domésticos.

De acordo com o texto protocolado são várias as vantagens apresentadas pela transformação. Uma delas é evitar a contaminação do solo, rios e lençóis freáticos com o líquido formado pela decomposição de corpos enterrados, o chamado necrochorume.

Ao invés de túmulos convencionais de concreto, a ideia prevê que as cinzas humanas sejam enterradas em urnas biodegradáveis junto com sementes de espécies escolhidas pela família e que vão virar árvores em locais pré-determinados nos cemitérios.

“É o que os especialistas chamam de ‘floresta da vida’, uma vez que após a morte retornamos à terra de forma natural e as nossas cinzas alimentam as sementes germinadas para reflorestar uma área de forma equilibrada e sem qualquer impacto ambiental”, afirmou Alvarez.

O processo de transformação de cemitérios em bosques tem sido uma tendência ecologicamente sustentável no Brasil e no mundo e tem levado diversas famílias a optarem por esse tipo de despedida natural e pessoal de encarar a morte.

A cidade de Itapecerica da Serra, na grande São Paulo, já conta com um cemitério e crematório que são um modelo de sucesso deste tipo de alternativa. No Brasil, ainda temos o exemplo da cidade de Nova Lima, em Minas Gerais.

Em todo o mundo, são destaques os modelos implementados em Quebec, no Canadá, em Paris, na França, e em Barcelona, na Espanha. Além de Itália, Estados Unidos e Japão, onde o parque tornou-se espaço de oração pela população.

No caso de Santo André, a indicação prevê ainda que as urnas sustentáveis sejam produzidas em Paranapiacaba, onde os moradores possuem fácil acesso a fibras naturais e biodegradáveis, a fim de gerar renda aos moradores da vila.

“Ideia da indicação é a implementação contínua de políticas públicas que busquem estabilidade socioeconômica-ambiental e a integração completa entre nós humanos e a natureza, uma vez que somos indissociáveis e interdependentes ao mesmo tempo”, afirmou o vereador.