A nossa caminhada política pela cidade de Belém chegou ao fim. Foi uma semana na capital paraense representando a Câmara de Santo André a convite da prefeitura de Belém, que trouxe muito conhecimento e aprendizado numa cidade tão pouco falada e divulgada aqui na região do ABC.
Leia RELATÓRIO protocolado na Câmara.
O acolhimento e a facilidade em lidar com as pessoas, além da população local, foram reveladores, numa cidade portuária, que depende em boa parte de um comércio de rua e com alto nível de desigualdade social.
Para se ter uma ideia, Belém possui basicamente o mesmo orçamento da cidade de Santo André, mas com uma população de 1,5 milhão de pessoas, o dobro da população andreense, segundo estimativa do IBGE em 2020.
Com características históricas e geográficas marcantes, e até certo ponto caóticas, Belém possui um centro velho que reflete a essência da população belenense. A começar pela maior feira-livre da América Latina, chamada de Ver-o-Peso.
De comércio intenso e garantia de emprego e renda para a população, a feira vai além da questão econômica. É um local de preservação e de divulgação da cultura e de produtos locais como o açaí, a tapioca e os artesanatos indígenas.
Passamos por experiências absolutamente marcantes nesta visita. Encontrar uma samaumeira, a maior árvore da Amazônia, em meio a pés de cacau na ilha do Combu, a dez minutos de barco do continente, sem dúvida foi uma delas. Energia impressionante!
A natureza exuberante e as características da região, sobretudo para quem mora num centro urbano, reafirmam a necessidade de preservação não só da Amazônia, mas do que ainda resta preservado nestes grandes centros.
Na cidade, chama atenção o número de praças e casarões históricos, além da receptividade da população, que transparece as semelhanças e os problemas enfrentados como acontecem na nossa região.
A quantidade de moradores de rua espalhados por Belém salta aos olhos neste momento de agravamento da crise econômica pela qual passa o país e chama a atenção até mesmo de quem vem de centros urbanos como São Paulo, onde o número dessa população é elevado.
As dificuldades em torno do saneamento, numa cidade histórica, com estrutura antiga e em que chove todos os dias, são evidentes. Por outro lado, a cores, as paisagens – inclusive as urbanas – e o vigor da população nas ruas também são elementos marcantes.
A ação da atual administração municipal, que tem como política pública a redução burocrática e a isenção de taxas para estimular a geração de trabalho e o pagamento de benefícios às pessoas em situação de vulnerabilidade, sem dúvida fazem a diferença.
Em conversa com vereadores e vereadoras também fica nítida a necessidade de implementação de políticas públicas sociais para garantir e ampliar benefícios às minorias diante da perda dos direitos que têm assolado o país nos últimos anos.
Mesmo diante das dificuldades impostas pelas atuais circunstâncias, Belém pulsa e caminha para um futuro que progride a partir das ações sociais promovidas pela administração pública em busca da redução da desigualdade local – tornando-se visível no evento em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres na praça da República, recheado de danças típicas e música regional, como o carimbó, em que a população entoava cantigas alternadas com gritos de “Fora Bolsonaro”.
A população da capital paraense é do tipo que se empolga ao falar da sua cultura quando perguntada. A ponto de se sentar à mesa e conversar por horas sobre as características regionais do norte, como aconteceu nesta viagem.
Voltamos com a mala – e a cabeça – recheada de histórias, novas ideias e visões, que farão parte das nossas ações na Câmara, na cidade de Santo André e em toda a região do ABC.
Em julho próximo acontece o Fórum Social Pan-Amazônico no norte do país e o prefeito de Belém, Edmilson, já convidou vereadores e vereadoras para este evento de preservação ambiental na Amazônia que pode servir de exemplo para todo o Brasil. E nós queremos você nessa. Bora, Santo André?