Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Neste 7 de setembro haverá manifestações contra e a favor do governo Bolsonaro. Independente do tamanho delas, claro está que o buraco em que o país entrou não sairá tão cedo.

Se Bolsonaro sair enfraquecido deste 7 de setembro, o restante de 2021 e 2022 serão marcados por septicemia política e, por tabela, a estagnação econômica vai se consolidar. Bolsonaro vai continuar a botar o terror e se preocupar exclusivamente com as pautas agitativas. Difícil prever se o próximo presidente conseguirá repor as perdas civilizatórias em 4 anos.

Se Bolsonaro conseguir mobilizar suas bases ganhará respiro e buscará reverter a perda de popularidade. Tudo indica que o público nos atos será qualitativamente diferente dos anteriores: profissionais da área de segurança parece que dominarão o grito de mito.

Preocupante saber que a pistola no coldre é parte da disputa política no Brasil. Provavelmente teremos uma eleição em 2022 com mortes e muitas brigas. Há quem diga que elas nem vão acontecer.

O desemprego, a miséria, inflação, Covid, desmatamento, racionamento de energia, baixo nível dos reservatórios, preço do gás e da gasolina, enfim, há umas gama de temas que afligem a maioria do povo brasileiro mas que são secundários para o presidente. Tendem a se agravar por isso.

Os 12% que constituem a base mais fiel e ideológica de Bolsonaro estão preocupados com assuntos menos importantes, fake news, defesa incondicional do mito e em manter a narrativa contra a esquerda em pé.

Dizia Marx que as condições concretas da vida impõe a consciência da vida. Faz sentido. As bases mais fiéis a Bolsonaro são formadas de homens brancos, classe alta e acima dos 40 anos, ou seja, os que mesmo na crise estão ganhando. Dentre os mais pobres e necessitados ocorreram as maiores perdas de seu apoio.

Sob todos aspectos o Brasil andou para trás, se desconstruiu como nação e está esgarçado socialmente. A boa notícia é que forças políticas estão se somando para impedir a derrocada completa e a esquerda está saindo das cordas. A má é que Bolsonaro pode perder a eleição mas o bolsonarismo estará por aí.

Vai demorar um tempo ainda até toda família voltar a ser reunir.